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segunda-feira, 21 de maio de 2012

RESGATAR A VAIDADE

  Todo ser humano é dotado de vaidade, especialmente as mulheres.
A vaidade quando existente de maneira equilibrada, acho que é sinal de auto estima em ordem .
Desde a adolescência, fui uma mocinha vaidosa.
Mesmo com poucos recursos financeiros ,usava criatividade, informação, para estar sempre com roupas, maquiagem e acessórios da moda.
Quando fui trabalhar em SP, aos dezoito anos, e na área de moda, já ganhando meu próprio dinheiro, me cuidar ficou um pouco mais fácil.
Quando ainda pesava um pouco mais de 50 kgs, já fazia dieta, quando pelling ainda era coisa rara eu já fazia ao menor sinal de manchinhas na pele.
Aos 25 anos fiz cirurgia plástica de redução de mama .
Ir ao cabelereiro toda semana, ou pegar ônibus nos finais de semana para ir a clubes tomar sol,estar sempre bem,era uma coisa natural pra mim.
Era assim que tinha que ser e pronto.
Não era coisa fútil de só pensar nisso.
Eu trabalhava muito, estudava, cuidava da família, dos amigos.
Agora, bem acima do peso, me vejo sem a menor vontade de me cuidar.
Chega uma hora que você começa a achar que tirar a sombrancelha, fazer as unhas, caprichar na maquiagem não já não faz a menor diferença.
Roupas com elástico na cintura, sapatos sem salto.
Uso lente de contato desde os vinte anos de idade, agora as deixo no armário, me acostumei com os óculos que odiava.
Estou tentando resgatar a vaidade.
Tenho que ir buscar fundo, pensar: isso tem que mudar.
Fazer dieta,caminhadas, é muito dificil pra mim.
Mas ningue disse que seria facil...
Vou começar  tingindo os cabelos, cobrindo os brancos que insistem em aparecer 
Quem sabe um novo corte…
Principalmente nos dias de hoje, onde o que você aparenta ser, é mais importante do que o que você realmente é, a vaidade em dia se faz necessária.
Vou tentar cuidar do corpo, alma, cabeça, coração.

domingo, 13 de maio de 2012

MINHA MÃE

Hoje, aos 82 aos, morando sozinha por opção, cuidando muito bem de sua vida, vaidosa, ativa, participativa.
Uma homenagem a mulher guerreira e lutadora, que conseguiu vencer batalhas difíceis e formar uma família de verdade.
Temos uma historia de orgulho mutuo e recíproco.
Nós filhos, nos orgulhamos dela, que dentro de sua simplicidade, com sua origem humilde, sempre teve a visão de como ter e manter a união de uma família.
Como esquecer, sua atenção e dedicação com a casa, que mesmo dentro da maior simplicidade, ela trazia arrumada, limpa e bem cuidada.
A comida diária, simples, mas sempre  preparada com capricho e carinho.
Uma vida onde os amigos foram poucos, embora verdadeiros, porque seu centro era sua casa, seu lar, sua família, filhos e marido.
Muito afeiçoada aos irmãos e irmãs, aos cunhados e cunhadas.
Sentido mais amplo da palavra FAMILIA.
Esposa dedicada,. Mesmo nos momentos difíceis nos ensinou amar e respeitar nosso pai, sempre valorizou suas qualidades.
 Nos dia de hoje, onde a separação entre os casais é mais comum, e maridos e esposas se engalfinham para provar quem tem razão, ela priorizava a união,e o respeito.
Fez de seus 4 filhos irmãos unidos de verdade, amigos de todas as horas.
E filhos presentes, carinhosos, atentos e agradecidos.
Fomos criados enfrentando grandes dificuldades, o que nos fez mais fortes.
E hoje que já trilhamos boa parte de nosso caminho, nos consideramos vitoriosos. Alargarmos nossos horizontes fizemos nossas conquistas, ela se orgulha disso.
Aumentamos a família, crescemos como pessoas, tendo por base o que com ela aprendemos.
E nessa base solida de amor e amizade, chegaram os netos, nora e genros.
Orgulha se com razão da família que tem.
E deve se orgulhar da historia de vida que tem para contar.
Nós nos orgulhamos muito da família que somos e da mãe que temos!.
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sexta-feira, 11 de maio de 2012

CONTANDO HISTORIAS

Só há pouco tempo percebi que embora a diferença de idade entre mim e meus irmãos  seja pequena, tenho lembranças de momentos distintos das nossas vidas que eles não tem,
Eu sou a única dos quatro, que tem na lembrança a vida familiar antes do meu pai começar a beber.
As primeiras lembranças que tenho começam quando mudei para Tabatinga, com cerca de cinco anos de idade.
O Neto, meu irmão dois anos mais velho, ficou em Ibitinga, morando com meus avós paternos.
A Liliana dois anos mais nova, então com tres anos de idade, não pode registrar nada.
 O Zé Luiz nem era nascido.
Lembro-me bem da casa ampla, simples e confortável, com um riacho no quintal, árvores e vizinhos amigos, bem próximo ao trabalho do meu pai.
Lembro de churrasco com os amigos do meu pai aos domingos, reuniões para comemorar seu aniversário, ele nos levando ao cinema aos domingos, depois passavamos numa lanchonete e comíamos um bauru.
Um pouco antes de eu completar sete anos, nos mudamos para area rural de Tabatinga. Fazenda Marquesi. Meu pai foi cuidar da parte mecanica de um alambique.
Para mim foi uma fase linda, sempre adorei o campo.Ficar na janela,contemplando o ceu azul ensolarado, com a campina verde á perder de vista, vacas no pasto, galinhas soltas,e eu aprendendo a ler e escrever na escolinha da fazenda.
A professora Bete Martinez.
Jovem bonita, recem formada, quando as mulheres que dirigiam em cidades´pequenas era coisa rara, ela chegava dirigindo um jeep. Aquilo pra mim era um acontecimento e tanto.
Dessa escola, a lembrança mais forte é o costume da epoca das crianças levarem para a escola um pequeno caldeirãozinho com o almoço.
Como eu tinha os hábitos da cidade,´so eu levava lanche. Comecei a ficar com muita vontade de ter meu almoço, e minha mãe me atendeu.
Comprou um caldeiraõzinho. E o momento maximo do ritual,eram as mães chegando por volta das 10 hs e deixando o caldeirão na janela da escola.
Às 11 hs, intervalo e cada criança pegava o seu almoço.
Me lembro da alegria de ver minha mãe colocando meu almoço na janela.
Demorei um pouco para achar qual era o meu caldeirão, fiquei ansiosa, confusa. A professora me ajudou, eu me atrasei para comer, tiveram que prolongar o horário do almoço, todos esperando eu almoçar.
Mas foi tão bom.
A noite não tinhamos energia elétrica.
Luz de velas, lamparinas, meu pai com rádio a pilha ligado em programas de musica sertaneja e futebol.
Vida simples e existia uma harmonia  muito grande.
Não me lembro de uma briga, uma discussão de meus pais.
Tudo começou depois, pois então ele começou a beber.
Mas dessa primeira infancia, ficam as lembranças das brincadeiras com minha irmã, a escola, as visitas do Neto nas férias, nos feriados, e o Zé Luiz ainda bebê.
Não posso deixar que a fase dificil que tivemos depois com o alcoolismo de meu pai, apague da história de nossa vida o pai presente que ele foi até então.
Presente, carinhoso, trabalhador, dedicado á familia.
Só eu tenho esses registros.
São minhas primeiras lembranças.
São boas lembranças.Sinto saudades.

criado por picida_ribeiro 16:36 — Arquivado