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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

ALGUMA COISA ACONTECE EM MEU CORAÇÃO

Quando cheguei em São Paulo, com 19 anos, a cidade me recebeu.
Não foi com braços abertos.
Recebeu-me fria, distante, egoísta. Mas convidou-me á ficar.
Se nos anos 70 São Paulo não agredia, também não acalantava…
Era o maior mundo que eu poderia ter ao meu alcance.
Um novo mundo, de coisas nunca vistas, que espantava: escadas rolantes, o mistério inexplicavél da vida em prédios, casas umas sobre as outras, cadê o quintal? Vizinhos, portas coladas, que nem se conheciam? O semáforo com cores que ditavam regras e eram obedecidas. O trânsito uma loucura controlada. O congestionamento, buzinas, correrias, as pessoas com tanta pressa,
Espanto. Sustos.
O mistério dos elevadores. As pessoas tão próximas, os mundos tão distantes.
E quando tinha ascensorista, então. Porque alguém tinha que ficar lá o dia todo e apertar o botão do andar. Cada um não podia fazer o seu?
O encantamento de ver grandes lojas, vitrines e luzes.
Primeiro, o comércio do centro da cidade. Mappin, e as luzes da Loja Peter.
Shopping Centers.
Rua Augusta: “desci a Rua Augusta á 120 por hora, joguei a turma toda, do passeio pra fora...”
Rua São Caetano, dos vestidos de noiva,
Rua Consolação, dos lustres,
Rua José Paulino, das lojas populares,
Rua Oscar Freire das lojas sofisticadas,
O fervo da 25 de março.
Rua Teodoro Sampaio dos móveis e assim vai, infinitas possibilidades.
Quando chequei por ali, e nada entendi, (como diz o poeta Caetano) chorei com as pessoas que passavam apressadas por mim, sem me ver, hoje isso me dá saudades.
A tranqüilidade e leveza do anonimato. Ser só mais um, mais alguém.
São Paulo, que amanhece trabalhando, São Paulo que não pode adormecer.
São Paulo 24 horas.
Supermercados, feiras, academias ginástica, cinemas, restaurantes, lojas, dentistas, clinicas veterinárias, farmácias, cafés shows, sanduíches, Mercado Municipal, livrarias, bancas de revistas São Paulo 24 hs. em tudo. Para todos.
Oportunidades e trabalho. Hoje um pouco menos, mas sempre oportunidade e trabalho.
Não acredito em ninguém que diz que ficou desempregado em SP.
 Desempregado sim, sem trabalho, nunca.
São Paulo é terra de profissionais. De qualquer hora. Para ficar lá, viver lá, tem que ser profissional, tem que ser bom no que faz.
Todo mundo tem que estar bem informado. Desde faxineira e operários que param nas bancas de revistas para ler as manchetes dos jornais, todo mundo tem uma opinião sobre alguma coisa.
Em São Paulo, amador tem que ser profissional. O vendedor ambulante que corre do “rapa” chega ao trabalho ás 4 horas da manhã.
São Paulo, a locomotiva que carrega o país, permite á todos, sonhar e alcançar.
Devo muito á São Paulo.
Ganhei dinheiro por lá, e gastei. Gastei porque optei por viver aquela cidade e tudo que ela podia me oferecer. E ela cobra caro…
Agreguei valores, conhecimentos, profissionalismo, amizade sinceras.
São Paulo me permitiu sonhar, crescer, alcançar.
Em cada aniversário da cidade, sinto me num feriado, fico em festa, comemoro.
Ter vivido mais de 30 anos lá, preparou me para viver em qualquer lugar do mundo, e enfrentar qualquer situação da vida.
Não dà para ter bobeira por lá. Você tem que estar no ritmo. Não dá para ser fraco nem parar para pensar muito.
Ela cobra soluções, idéias e rápido!
E te oferece as possibilidades.
Lá tudo é possível para quem tentar de verdade!





* Em conversa recente com minha amiga Rosana Landi,paulistana autentica e em tempo integral,ela me falava das mudanças da cidade,as pessoas..
A coisa não anda nada bem...
Grande descontrole
São Paulo e paulistanos não merecem.

sábado, 12 de janeiro de 2013

UM MESTRE: YOUSSEF CHALLITA BADAOUI YOUSSEF

Já que por aqui escrevo sobre minha vida, minhas histórias, não posso deixar de falar do Sr Youssef Challita
Ontem,confirmando a tese '"QUE O MUNDO É PEQUENO", minha irmã atendeu na loja em que trabalha em SC, um cliente que tem uma loja no Bras em SP.
Como trabalhamos por lá durante muito tempo, eles foram identificando conhecidos e amigos comum, ele contou para ela que o Sr Youssef faleceu há um mes.
Muitos que conviveram com ele, provavelmente o definiriam como "uma pessoa dificil, complicada" e de fato, era.
Mas a partir do momento que se descobria o caminho para chegar a sua alma, seu coração, se instalava para sempre.
Fui  assessora de imprensa de sua empresa (LASER JEANS) nos anos 80, quando a Laser era uma das marcas mais fortes no mercado.
A Laser foi uma das pioneiras no lançamento da calça jeans com lycra e foi um sucesso muito grande
Todas queriam uma calça da Laser
Vendia muito, ele ganhou muito dinheiro, e solidificou sua marca.
Não admitia produtos que não estivessem PERFEITOS.
Caimento, acabamento,visual..Tudo sempre PERFEITO.
Assim ele exigia, assim ficava.
Voltamos a trabalhar juntos nos anos 90. A marca já não tinha essa identificação popular, mas mantinha a qualidade impecável.
Minha irmã era gerente de vendas de sua pronta entrega, e eu vendedora .
Ele gostava muito de nos duas.
Especialmente da minha irmã, cujo sistema de trabalho tinha identificação plena com o seu.
Trabalharam juntos muito tempo, e qdo por uma serie de motivos ela teve que se afastar do trabalho, ele sempre a chamava de volta.
Reconhecia o valor de seu trabalho.
Era um esteta. Ligado a BELEZA, fascinado por ela.
Beleza da moda, das pessoas, da arte, da decoração
Nos detalhes.
Seu alto padrão de exigencia, muitas vezes estressava, cansava, mas ensinava.
Ele sempre achava que podia estar melhor, ser melhor
Mas ele conseguia com isso, tirar o melhor de voce.
Na maioria das vezes, tinhamos que reconhecer que ele estava certo.
E ele tinha tambem uma coisa rara no meio empresarial: exigia muito, mas pagava muito bem.Muito mesmo
E sentia muito prazer em fazer isso.
Ele gostava de meio jeito alegre e descontraido, se divertia, embora sempre tivesse mantido a distancia saudavel entre patrão e funcionario
Ele me dizia que eu tinha um jeito de mulher  "bem amada". Eu e meu marido,ríamos muito com isso...
Conhece-lo e trabalhar com ele, fez diferença na minha vida,mudou minha história.
Não o via, nem falava com ele ha 10 anos, eu acho
Mas sempre falavamos nele, como referencia: "está parecendo Sr Youssef", "Sr Youssef sempre  dizia"
Nem sei a causa da sua morte.
Ele era vaidoso, se cuidava muito, da aparencia, da saude.
Conheci sua familia, que ele como todo bom libanes tinha verdadeira adoração.
Acho que eu e minha irmã Liliana, podemos dizer que alem de nosso chefe, ele foi nosso mestre.
Nos ensinou muito.
E deixou saudades










terça-feira, 8 de janeiro de 2013

UMA FRASE.MIL PENSAMENTOS

Tempos atras,vi no facebook uma frase que me fez parar para pensar, que ficou martelando na minha cabeça, de tão real e verdadeira.
A Frase: " É FATO CONSUMADO QUE FOFOCAS E DINHEIRO SÃO OS GRANDES CANCERES DENTRO DO CONVIVIO SOCIAL, DESTROEM FAMILIAS, RESPEITO, BOM SENSO, E BONS CORAÇÕES."
A gente sabe disso. Sabe que fofocas, dinheiro (excesso ou falta) destrói familia, amizade, atormenta homens de bem, alimenta maldade.
A gente sabe. Sabe, mas vai deixando passar.
Tantas vezes, tantos casos, e vai tornando se normal.
"È assim que é a vida, é assim que são as pessoas."
Fica banalizado.
Mas não pode, não deve. A gente tem que se chocar, se revoltar, protestar.
As vezes, ou quase sempre fofocas destroem vidas, relacionamentos, destroem histórias.
E como se retifica, como se reconstroi?
Diz a lenda que fofocas e boatos são como penas espalhadas ao vento.
Uma vez soltas, impossivel junta-las outra vez.
Têm as fofocas e boatos que surgem do nada,que surgem de mentiras e imaginação, tem aquelas que surgem de uma verdade há muito tempo guardada, era segredo, ou pensava-se que era
Têm as fofocas manipuladas. Uma pessoa queria falar não consegue, manipula, instiga para que outra fale em seu lugar e fica assistindo… Como assim??? "Não sei de nada, não tenho nada a ver com isso". Queeeemmm??? Eeeuuu???
Mas nunca soube de fofocas construtivas e ou beneficas.
As mais marcantes que se tem noticias, para quem tem mais de 50 anos, são as do Wilson Simonal, que foram de uma crueldade sem par e fizeram por acabar com uma carreira brilhante e apagaram um talento enorme. Quer dizer, não apagaram. O talento sempre esteve e ficou alí.
Mario Gomes, que era um galã na Globo, quando as novelas davam mais de 80% no IBOPE, lindo, jovem, teve um caso amoroso com a atriz Betty Faria, quando ela ainda era casada com Daniel Filho, então um importante diretor da Globo.
Surgiu então a história da cenoura. A carreira do cara acabou. Por anos ele comeu o pão que o diabo amassou.
Devagar, acabou retomando a carreira, nunca mais com a mesma força.
Mas quem não conhece no seu circulo de amizade, ou na familia, um boato ou uma fofoca brava? Todo mundo tem uma historia dessas para contar.
Dinheiro, como dito na frase mencionada, diz, tambem é um cancer na sociedade, tornando mais vulneraveis quem for mais suscetível a ele.
O estrago pode ficar do tamanho da importancia que ele tem na vida de cada um.
Mas por dinheiro se morre, se mata.
Casos de filhos matando pais, marido e mulher, destroem familias.
E mesmo quando não matam, deixam de se falar. Abilio Diniz, Boss do Grupo Pão de Açucar não fala com nenhum de seus irmãos. Vale a pena, essa grana, esse poder todo?
Vale a pena essa briga? Vale a pena cada briga?
Cada um deve ter tambem uma historia, se não tão tragica, mas de importancia relevante na vida dos envolvidos para contar.
Ibitinga, que é uma cidade pequena, tem um caso de um tio que matou sobrinho em discussão de herança, filho que matou um pai, ou participou forjando assalto por causa de drogas.
E tem os casos de amizade e relacionamentos de familia que se desmoronam por que um ou outro se sente, ou é mesmo prejudicado.
Quanto vale uma amizade? Quanto vale uma familia?
Quanto vale uma historia de vida? Uma biografia?
Quem está com dinheiro vale mais? Quem tem dinheiro compra perdão e compreensão?
Quem não tem, tem direito a quê?
E quem teve e não tem mais? Tudo vai ficar igual?
Voce vai gostar do mesmo jeito, ser amigo, parceiro, solidário?
O passar do tempo, o envelhecer. me dá a certeza que não ganhamos apenas peso, cabelos brancos, rugas.
Ganhamos sabedoria mesmo. De verdade.
E só a idade me ensinou a não julgar, a ver que cada história tem seu enredo e conteudo.
Cada história e cada pessoa tem sua verdade.
Só o tempo me deu sabedoria para saber ouvir e saber calar.
Me ensinou tentar buscar a hora e o jeito certos de falar.
Nem sempre acerto, mas sempre tento.
Mas tenho comigo, e levo para onde vou a certeza que para mim o que conta de verdade é o que cada um é, e não o que tem.
Tenho na minha rede de relacionamentos amigos ricos, assim como pobres simples e humildes e para mim, cada um deles é um tesouro, que se fazem parte de minha turma é porque são especiais.
 Isso é que conta e importa.
Eu naõ desperdiço meu tempo, tampouco oportunidades de conviver, de acarinhar, quem gosto.
Eu faço o que posso e digo o que sinto.
A solidariedade que carrego comigo e distribuo aos montes, é o que trago de melhor em mim, e quando mais a entrego, mais ela cresce e se fortalece.
E naõ julgo.
 Se sou parceira, sou amiga, sou irmã, sou com todas as letras, inteira, de verdade.
Isso para mim, é quase religião
E me mantem forte, me faz feliz.
Para o que der e vier.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

ANO NOVO. DE NOVO

Mais um réveillon vivido, mais histórias para contar.
Em todos os réveillons, ao desejar “feliz Ano Novo”, alem dos votos de felicidades, costumo dizer para o Decio: “ Que fiquemos  mais esse ano juntos”, acho que mais pensando na possibilidade de  morte que separação.
Depois descobri que essa possibilidade sempre existe.
Estamos aqui. Mais um ano juntos, e bem. Ufaaa!
Que tenhamos boas e novas histórias para contar, para viver.
O réveillon foi na casa de minhas tias, Cleide e Lucia, enfeitada nas cores   branca e prata, velas e flores.
Comidinha boa, champanhe e musica.
Para um ano de paz.
Comi lentilhas e fiz promessas. Algumas novas, outras renovadas.
Energia, força, esperança.
Assim é que se faz, assim é que é, e assim que fica valendo.
Eu gosto disso. O que muda de verdade na fração de segundos que marca que um ano acabou, outro começou? Que muda no espocar de champanhe, nas cores dos fogos de artifício, “adeus ano velho, feliz ano novo"?
Parece que não muda nada. Dia seguinte, só é feriado, e mais um dia de sua mesma vida.
Mas há mudanças sim. Naquele momento, naquele exato segundo, mudamos nós.
Mudamos planos, sonhos, desejos, reafirmamos alguns. Nos reenergizamos.
Reciclamos. E a sensação de recomeço é vital. Tente imaginar tudo, sem ano novo.
Sem você poder dizer ”ano que vem eu vou…”
Agora é respirar fundo e viver com intensidade a boa sensação de recomeço.
Nós aqui. Tudo novo. DE NOVO.
BEM VINDO 2013