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domingo, 20 de julho de 2014

É LUXO SÓ!!!

Falar sobre luxo. Ou o que se poderia chamar de luxo.. Hoje existe no mundo todo, inclusive no Brasil, um mercado de alto luxo, para um público AAA***. E então, chegamos á questão: o que é luxo realmente? Em cada tempo, em cada sociedade, existe o luxo subjetivo. Pode ser luxo naquele lugar, naquele momento. Pode deixar de ser á qualquer momento. Muito subjetivo. Parei então para pensar nos meus “luxos”. O primeiro “luxo” que tenho na memória, era quando morando em Tabatinga, práticamente uma vila, passava todas as férias em Ibitinga, que era maior, mais cosmopolita. À cada férias eu voltava para Tabatinga sentindo me o “maximo”. Lançando moda, vendo filmes recém lançados, biblioteca, revistas. “Me achando”. Mesmo porque até meus quinze anos, era isso que eu conhecia de perto: Tabatinga e Ibitinga, nada mais. Ibitinga para mim, era Paris. Um luxo! Em Tabatinga, na minha infância, ter uma lata de leite condensado Moça, só para mim, que eu sorvia devagarzinho para durar bastante, já era luxo! Dos 15 aos 18 anos, passei á morar em Ibitinga, e entre os luxos dessa fase, posso falar dos amigos que fiz, que tanto acrescentaram á minha vida, que expandiram meu horizonte, também posso citar o fato de nessa idade, ter sido convidada á escrever para o jornal da cidade, colunista efetiva mesmo. Não era remunerado, mas era um luxo só! Aos 18 anos fui para SP, e luxo passou á ser tanta coisa… Trabalhar com moda, onde o trabalho por mais burocrático que seja, tem á ver com show, ver a moda com uma antecedência, conhecer modelos, imprensa especializada. Preconceito julgar que nessa área há só superficialidade, glamour, anorexia. Tinha muito trabalho, e foi com ele que por anos consegui manter meus pais, ajudar irmãos, fazer grandes amigos. Luxo foi fazer Letras na USP, mesmo sem ter concluído o curso. Luxo, nos anos 80 foi meu irmão “Pardal” da loja Bossa Nova Discos, ter sido eleito por várias revistas e jornais de SP como a melhor de SP. Sabe o que foi isso para quem veio de Tabatinga, e se destacou numa cidade como SP, onde até os amadores são profissionais? Um luxo mesmo! Luxo foi toda minha vida em SP. As pessoas que conheci, tudo que aprendi, o amor que consegui. As perdas, as conquistas. As lições. As livrarias, as lojas, a R 25 de março, a Oscar Freire. Desde a simplicidade dos sanduíches do C do padre, os salgadinhos da Yokoiama na R Lins de Vaconcelos, as esfiras do Jaber a feijoada do Pardal no Brás, até picanha do Rodeio,massas do In Cittá. O restaurante Carlino, no Arouche que já fechou, era o mais antigo de SP, o Bar Brahma que depois de reformado eu ainda não visitei. Comer em SP é luxo só! E as padarias, então? Quer luxo maior? Qualquer pingado em SP, em qualquer padaria é um luxo, Na Santa Marcelina, então… Agora meu luxo são meus cachorros, minha casa, que eu chamo de meu castelo, não porque seja luxuosa, mas porque nela sou rainha . Minha família, meu trabalho. Meu amor

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